sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Morando em área comercial

Morar em um prédio comercial é... peculiar, digamos.
Uma festa de barulhos, cheiros e sabores!

Eu sempre achei que o barulho não ia incomodar, afinal, morei de frente para uma das avenidas mais movimentadas de Brasília durante 21 anos e isso não era problema. Muito pelo contrário, quando eu ia para um lugar sem barulho, não conseguia dormir direito.

Pois bem, moro em cima de uma lanchonete de açaí e um restaurante self-service. O restaurante só me incomoda quando o pessoal começa a colocar as cadeiras de manhã, até porque passo o dia todo na rua.

Mas o açaí... sabe aquele barulhinho de apito de senha? Então, é o dia todo. Tirar um cochilo à tarde, quando tem algum tempo livre, é impossível. A música ambiente costuma ser boa, pelo menos. Mas acho que a pior parte é a molecada. Adolescentes parecem ter cordas vocais mais potentes que o resto das pessoas. Ou então são surdos, porque não sei qual é a necessidade de conversar TÃO ALTO! Sei todos os dilemas da pirralhada, dá até vontade de descer e dar uns conselhos.

Entretanto, eu trocaria todos os adolescentes do mundo na minha janela às 14h, se proibissem o zelador de limpar/lavar qualquer coisa antes das 8h. Todo dia ele escolhe lavar o tapete exatamente embaixo da minha janela. E claro, antes de o meu despertador tocar (7h40). Ele geralmente escolhe o horário das 7h, mas sim, já teve dia que por volta de 6h30 lá estava o barulho equivalente a uma mangueira de bombeiro no seu ouvido. Ele pega uma mangueira, abre a torneira na máxima potência para lavar o tapete e o chão do prédio, causando pequenos ataques cardíacos matinais em minha pessoa.

Ele e os garçons do restaurante resolvem atualizar as fofocas antes do nascer do sol, e aparentemente ficaram surdos na adolescência, porque só conversam gritando.

Outra coisa que é extremamente tensa é o fato de que tem uma pizzaria funcionando no subsolo do meu prédio. Eu chego da academia, AZUL DE FOME, e só sinto aquele cheiro MARAVILHOSO de mussarela. A mais pura sacanagem com essa gordinha com vos fala.

Também tem uma padaria no meu prédio, onde aprendi o quanto as pessoas podem fazer uma auto-sabotagem das boas. Eu nunca vi funcionários tão preguiçosos e mal-educados em toda a minha vida. Só que o pior é que não tem como os funcionários serem diferentes se o dono é o pior. Você entra, ninguém te cumprimenta, ninguém te atende, é quase uma padaria self-service. As três vezes que entrei lá, me arrependi. Devia ter andado 3 léguas até a próxima padaria, era mais lcurativo.

Pois é, pessoal! Conclusão: arranje um emprego melhor que os meus e more na área residencial! Na comercial, o bicho pega!

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Limpando seu apê

Para aqueles que não sabem, limpar uma kitnet dá muito trabalho. Pode parecer estranho, mas limpar um lugar pequeno dá mais trabalho do que limpar um grande, porque você tem pouco espaço de locomoção e vazão e tem que fazer várias adaptações.

LAVAR ROUPA

Bom, graças a Deus (e a minha mãe!!) eu tenho máquina de lavar em casa. Porém, não tem tanque na minha kit! O que eu tenho que fazer: limpo toda a louça da pia e coloco a mangueira da máquina para escorrer dentro da pia da cozinha. Aí você pode achar meio nojento, mas desapega, porque não temos escolha. Ou é isso ou é mandar lavar em lavandeira e morrer na grana. É óbvio que eu também não tenho onde pendurar as roupas, então uso um varal de chão. Estico ele no meio da sala mesmo e penduro as roupas. Claro que ele não cabe muita coisa, então tenho que ter paciência. Para secar lençóis e cobertores tem que dobrar em várias partes. O bom de morar numa cidade desértica como Brasília é que seca relativamente rápido.

Passar roupa também é no improviso: não tenho tábua. Então quando preciso passar alguma, passo em cima da minha cama mesmo.

LAVAR BANHEIRO

Lavar banheiro é um outro problema pra mim, pois só tem um ralo e ele fica dentro do box. E o box tem uma haste de alumínio no chão - não é tão simples empurrar a água do banheiro para dentro. Pego o rodo e vou empurrando com força mesmo, para água meio que pular a haste. É quase uma corrida com obstáculos! Mas dá certo no final! Eu aproveito a lavagem do banheiro para lavar as lixeiras que tenho em casa. Coloco tudo debaixo do chuveiro (economizando água, claro! Ensaboa e só liga pra enxaguar!!), esfrego e depois seco e devolvo pro lugar. Como não tenho tanque e a pia do banheiro é minúscula, esse é o truque que mamãe ensinou!

LIMPAR O CHÃO DA CASA

Essa é a parte que eu mais odeio. Dá trabalho demais e como o chão lá de casa é branco, o dia da limpeza me causa neuras que eu nem sabia que tinha. O chão branco enche de cabelo a semana toda. Eu só tenho o FDS para a arrumação da casa, então tenho sempre que varrer e limpar. Eu varro e depois preparo num balde uma mistura de água, VEJA LIMPEZA PESADA e desinfetante. Mais uma vez o tanque faz falta, porque facilitaria muito poder lavar o pano e despejar a água. Então, eu encho o balde de água na pia da cozinha e na hora de esfregar o pano pra tirar a sujeira, eu esfrego lá mesmo dentro do balde, tomando todo cuidado para não deixar água suja cair dentro da pia da cozinha. Quando eu termino tudo, abro o ralo dentro do box do banheiro e despejo a água suja. Mais uma vez, com cuidado para não espalhar água suja dentro do box inteiro. Lavo o pano e o balde no chuveiro mesmo.

LAVAR SAPATOS

Essa hora é tensa! Eu já lavei sapatos na máquina de lavar várias vezes quando tinha tanque, mas acho que seria bem nojento despejar água suja de sapato dentro da pia da cozinha né? Então esperei juntar uns seis pares de sapatos sujos e coloquei tudo dentro do box do banheiro. Enchi um balde com água para não ficar desperdiçando água do chuveiro ou tendo que ligar e desligar toda hora. Coloquei um banco dentro do box, sentei e fui esfregando sapato por sapato com uma escova e sabão em pedra. Quando terminei os 6 pares, liguei o chuveiro e enxaguei todos. Demorou, deu trabalho, mas foi o jeito. Para secar, os coloquei do lado de fora da minha janela, tem uma espécie de pequeno parapeito.

Bom, esses são alguns truques para facilitar a limpeza de uma kit! Espero ajudar quem está começando essa jornada!

Até a próxima!

PS: Esqueci de mencionar algo MUITO importante: toda vez que eu uso água do chuveiro para lavar alguma coisa que não seja meu corpo, eu desligo a chave. Água fria, né, gente? Vamos economizar energia!!

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Fatos reais da vida de adulta de primeira viagem

- Faça qualquer coisa para facilitar a sua vida, pois trabalhar muito para pagar as contas vai te deixar sempre cansado.
- É bom poder receber amigos até 2h da manhã numa terça-feira, sem que ninguém se oponha.
- Em dias de Setembro, kitnets são como fornos .
- Os seus amigos vão querer usar o seu apartamento como "matadouro". Mesmo que você mesma não faça isso.
- Os eletrodomésticos conversam entre si durante o seu sono.
- Andar pelado pela casa é revigorante.
- Se você esquecer a toalha na hora do banho, não tem problema. Você pode sair do banheiro sem roupa tranquilamente.
- Se acabar o papel higiênico aí sim você tem um problema.
- Você vai notar que é mais parecido com seus pais do que imaginava.
- Quaisquer dois reais que você conseguir economizar já te deixará muito feliz.
- Você passará a dar mais valor ao silêncio, porque nunca tinha notado o quanto ele era bom.
- Você pode deixar o brigadeiro dentro da geladeira sem precisar escondê-lo porque sabe que com certeza ele estará lá quando você voltar.
- Você vai viver apavorada com medo de passar mal sozinha em casa e não conseguir avisar ninguém.
- Você vai viver com medo de esquecer de pagar alguma conta.
- Não, seu apartamento nunca vai ser legal como da Monica e Rachel em FRIENDS.
- Você vai perceber que não precisa de tábua de passar roupa.
- Infelizmente muita comida vai estragar na sua geladeira.
- Você vai ver que meio copo de arroz rende muito mais do que você imagina.
- Você vai ligar até a TV só para "ter cia", mesmo que esteja na cozinha ou no banheiro e não faça a mínima ideia do que está passando.
- Você vai negligenciar seus parentes porque desacostumou a ter família por perto.
- Você não terá mais a desagradável surpresa de encontrar o banheiro ocupado quando estiver muito apertado.
- Todas as mulheres que tem idade pra ser sua mãe e convivem com você ficam ultra preocupadas, sempre perguntando se você precisa de algo e oferecendo colo.
- Seu celular também te ajuda a se sentir menos só.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Cadê minha energia?

Minha rotina está me deixando exausta! Essa história de trabalhar em dois lugares está me cansando muito. Eu não tenho tempo nenhum para descansar e nem para fazer coisas que eu gostaria, como manter uma rotina de malhação, por exemplo.

Esse FDS eu percebi o quanto me faz falta ter 8h diárias de sono e um tempo para ficar de pernas pro ar. Sexta-feira eu fiquei até 23h arrumando a casa para poder ir aos eventos do fim de semana sem me preocupar. Quando chegou sábado no fim da tarde, parecia que eu tinha sido atropelada por um caminhão. E domingo eu tive que acordar 7h porque havia prometido ajudar na organização do chá de panela de um casal amigo. 16h lá estava eu com cara de sono, tentando me manter acordada a qualquer custo.

Estou trabalhando muito e sexta, quando trabalho em um lugar só, aproveito para faxinar a casa, resolver problemas em banco, loja, pagar as contas, etc. Chega o final de semana, eu sempre tenho mil eventos para ir e também não consigo descansar. Ou seja, vivo com cara de cansada, me arrastando por aí.

Assim, parei para pensar o quanto minha mãe tinha energia. Quando começo a pensar na quantidade de coisas que ela conseguia se desdobrar para fazer, fico pensando que ela não pode ser desse planeta. Ela trabalhava 8h diárias, fazia almoço todo dia, caminhadas ou aulas de natação e ainda ficou 3 anos conciliando isso tudo com faculdade. Ah, e sempre arranjava energia para cair no samba e beber uma cerveja. Ela nunca tinha preguiça e quase nunca estava com sono. 5h diárias de sono eram mais que o suficiente para deixá-la extremamente enérgica. De onde ela tirava tanta força? Será que as mães tem um estoque de energia guardado dentro do corpo e que por isso conseguem realizar esse tal de multitasking sem tanto sofrimento?

Ontem me rendi e antes das 18h estava em casa. Foi a melhor coisa que eu fiz. Tirei um cochilo, cozinhei para o almoço do dia seguinte e arrumei mais coisas para a semana. O pior é que chegou no fim do dia eu me senti ainda muito cansada. Imagina se eu tivesse chegado em casa pelas 22h, como provavelmente seria se eu não tivesse voltado naquele momento? Hoje já acordei com dificuldade, mas tenho esperança de que a semana seja boa, sim. E fim de semana que vem tem mais mil eventos... Descansar para que, não é mesmo?!

Anyways, a energia da minha mãe talvez eu só tenha quando tiver filhos - e olhe lá! -, mas me vejo constantemente tendo comportamentos parecidos com os dela, desde que comecei a morar sozinha. Eu vivia zoando a coitada porque ela era viciada em supermercado e todo dia tava em um. Eis que me vejo umas 2 ou 3 vezes por semana gastando 50 ou 60 reais no supermercado.
Também me vejo meio neurótica assim que termino de arrumar a casa. Fico toda hora me policiando para não cair um cabelo no chão, não deixar o cesto de roupa encher demais, ou toda hora preocupada em tirar o lixo. Quando percebo meu comportamento obsessivo começo a me controlar - tentar! - para não ficar maluca.

As finanças também me surpreenderam negativamente nesse fim do mês de agosto. Eu já tinha comentado das extravagâncias do fim do mês; quando chegou a fatura do meu cartão de crédito, com o valor mais alto que já vi em toda minha vida, deu uma tristeza no coração. Mas ao mesmo tempo, quando paguei meu primeiro aluguel, semana passada, deu uma felicidade muito grande (felicidade que só pobre entende: pagar as contas em dia hahahaha). Esse mês vamos ver se consigo ter mais cautela!

Bom, por hoje é só. Até a próxima!


sexta-feira, 22 de agosto de 2014

A primeira quinzena

Bom dia, pessoal!

Depois de 15 dias morando sozinha, as coisas estão começando a entrar nos eixos. Ou não?

Sinto falta da minha mãe, é claro. Porém, como minha rotina é muito puxada, só chego em casa à noite sentindo falta do cheiro da comida dela e da voz dela. E na hora de dormir, confesso, dá um medinho. Sempre ouço passos e outros barulhos que não ouvia quando ela estava lá. Weird. Mas estou sendo uma big girl - and big girls don't cry, right?

Minha mãe ficaria orgulhosa em saber que desenvolvi um hábito que sempre negligenciei quando morava com ela: não durmo sem lavar toda a louça da pia (só ontem, admito. Cheguei 1h da manhã, doida para capotar e só tinha um prato e um copo!). Adoro ver minha pia sem nada, arrumadinha. E tiro o lixo todo dia também. E deixo a sala sempre arrumada, com o forro do sofá esticado, nada espalhado, tudo no devido lugar. Meu quarto ainda continha bagunçado, porque afinal, não dá para mudar tudo hehehe

Sempre tive medo de não tomar jeito quando morasse sozinha. Desde criança sempre ajudei minha mãe nas tarefas de casa, mas na marra, sempre reclamando e achando ruim. De um ano pra cá, confesso, raramente eu lavava um garfo em casa. Preguiçosa e acomodada. Fiquei com medo de ser assim para sempre, mas graças a Deus eu descobri que me incomodo sim com bagunça e sujeira, e que só não fazia nada antes porque no fundo eu sabia que minha mãe ia acabar arrumando. Muito feio isso, eu sei, mas bonito é admitir e perceber que minha mãe me ensinou direitinho e que estou aplicando agora que estou sozinha. Enfim, não sou uma parasita inútil! CLAP CLAP!

É engraçado como ser humano é esquisito com dinheiro. Eu fiquei super feliz quando terminei de pagar minhas contas e ainda sobrou um pouquinho na conta.
Quantas pessoas tem esse privilégio? Poucas! Porém, acho que não soube lidar muito bem com essa novidade. Daí guardei, né? NÃO!

Empolguei e saí gastando; festa aqui, cerveja ali, restaurante acolá e quando precisei comprar um pézinho de alface para a saladinha... TCHAN TCHAN TCHAN: seu saldo é de R$10. Come again?!

Pois é. Não façam como eu. Não empolguem demais. Até porque, a gente se trai. É impressionante como gastar dinheiro é fácil! Você pensa: mas eu só fui em 3 restaurantes! E 2 festas! E peguei 2 táxis! Nisso aí já foi 300, 400 reais e você nem percebeu. Vamos ter mais cuidado do que a Danyzinha aqui!

Ainda no assunto "money, money, money, money", descobri um aplicativo super legal! O nome é MEU CARRINHO. Com ele, você pode seguir listas e receber promoções de produtos que você quiser. Por exemplo, se você adora comprar livro, você pode seguir uma lista de livrarias e checar os preços e promoções em vários lugares e pechinchar na hora de comprar. Mas o que achei mais legal, é que você pode montar sua lista de supermercado. E melhor ainda, você pode salvar suas listas, com os preços, locais, datas e poder comparar o preço na próxima vez que você for fazer compras. É super prático e fácil de mexer. Tenho certeza que ainda tem vários segredinhos dele que ainda não descobri, mas com o tempo a gente vai fuçando e aprendendo novas coisas.

Outro aplicativo que é uma mão na roda, é o TUDO GOSTOSO. Ele tem milhões de receitas de milhões de coisas (e fotos das milhões de receitas!). Você pode avaliar e comentar as receitas, postar suas próprias receitas, fazer uma troca bem legal com outros usuários e aprender um monte de coisa gostosa e criativa. A mousse de maracujá que fiz semana retrasada, pro dia dos pais, tirei a receita desse aplicativo. Eu sei que não é uma coisa super difícil de se fazer, mas só quis ilustrar: lá tem de tudo - de receitas simples a sofisticadas.

Eu vou usar a Internet a meu favor nessa jornada de morar sozinha. Ainda quero procurar aplicativo para me ajudar na organização e limpeza da minha kit, mas ainda não tive tempo para pesquisar. Assim que descobrir, posto aqui!

Bom, por hoje é só! Até a próxima!


segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Dia dos pais - receita de peixe ao molho de vinagrete

Esse dia dos pais foi para lá de diferente! Pelo primeira vez estávamos só eu e meu velho, no meu ap novo. Minha mãe longe e meu irmão também. Devo dizer que não teve a mesma graça, mas tentei de tudo para fazer uma boa surpresa para o meu pai!

Mandei uma mensagem fofinha no dia anterior, convidando-o para almoçar comigo. De presente, comprei uma cerveja importada, pois sei que ele adora experimentar cervejas novas. Resolvi também dar uma caprichada no cardápio.

Para os que me conhecem, sabem que não sou a maior fã de cozinha. Sabe por que? Porque minha mãe é uma chef nata e fui muito mal-acostumada a comer muito bem! Isso significa que qualquer coisa que eu faça na cozinha, não vai chegar aos pés de qualquer coisa que minha mãe faça! Não vou mentir: também rola uma preguiça! Mas eu tenho um pequeno talento escondido na manga, eu só não boto muito ele para jogo...

Porém, nessa data especial, resolvi colocar uma receita de mamy em prática! Mas para não dizer que tenho zero criatividade, resolvi dar meu toque especial também!
Vou passar a receita para quem quiser tentar.

PEIXE AO MOLHO DE VINAGRETE

Ingredientes:

- Um pacote de filé de merluza
- 1 Limão
- Alho
- Sal
- 2 tomates
- 1 cebola
- Orégano
- Queijo ralado
- Vinagre
- Azeite

PS: minha mãe gosta de usar alcaparras. Eu não gosto, mas quem curtir, pode adicionar ao molho. Cuidado, porque elas já são salgadas; se você quiser pôr, seja cauteloso no sal.

Modo de fazer: o melhor a se fazer é temperar o peixe no dia anterior. Você vai usar meio limão, alho e sal para temperar. SÓ! Tempere e deixe na geladeira até o dia seguinte. Assim, os temperos vão aderir melhor ao peixe e o gosto fica muito melhor depois de cozido.
Para o molho, você vai cortar os tomates e cebola em cubinhos pequenos. Misture os dois com vinagre, orégano, um pouco de azeite, uma pitada de sal e esprema a outra metade do limão. Mexa bem e separe. Esse molho é melhor se for feito no dia de cozinhar mesmo.
Coloque os filés de peixe estirados em uma travessa. Pegue o molho de vinagrete e cubra os filés. Por cima do molho, adicione o queijo ralado, para dar uma gratinada. Leve ao forno sem cobrir a travessa. O meu forno é super quente, então foi rápido. Geralmente o peixe cozinha rápido, uns 40 minutos e ele está pronto. Mas é claro que é mais no olhômetro, tem que conferir de vez em quando e ver quando está bem cozidinho.

De acompanhamento, fiz só um arroz branco e uma salada de alface americana, tomate, cenoura e beterraba.

Para sobremesa, fiz uma mousse de maracujá. O suco deve ser concentrado, para que não fique muito doce. Meu pai não gosta de nada muito doce, então achei a sobremesa ideal.

Para beber, fiz um suco de uva de polpa.

Meu coroa curtiu bastante o almoço e o dia dos pais em geral. Acho que ambos sentimos falta de mais gente em volta, mas ficamos felizes de podermos estarmos juntos. De qualquer forma, é melhor nos acostumarmos, pois daqui para frente nossos encontros de família vão ser mais ou menos assim mesmo!!

FELIZ DIA DOS PAIS!

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Home alone

Chegou o dia que eu tanto temia: o dia de minha mãe ir oficialmente morar longe de mim.

Eu não estava sofrendo muito, talvez porque fosse difícil vislumbrar que esse dia chegaria de fato. Apesar disso, de vez em quando eu dava umas crises chorando dentro do carro, pensando em como iria sentir falta dela.

Bom, chegou dia 07 e eu estava preparada pra ele. É claro que a gente nunca realmente se prepara para sofrer, mas acho que lidei bem com a situação. Chorei quando dei o abraço final e fiquei meio séria e compenetrada no forró que fui depois de deixá-la no aeroporto. Mas em geral, estou orgulhosa por não ter entrado na mala dela escondida, com pavor de meter a tesoura no cordão umbilical.

Chegar em casa e ver que eu estava sozinha não foi mole. Bateu um medo, sabe? De não dar conta das coisas como minha mãe dava. Ela é tão organizada, cheia de iniciativa, corajosa, ativa... eu sou tão bagunceira, desorganizada e folgada. E fui mimada por esse excesso de atitude dela, porque acabava que ela sempre resolvia tudo. Fiquei com medo de não lembrar de comprar papel higiênico, pasta dental, leite. De não saber o que fazer quando o gás acabar, quando uma lâmpada queimar, quando aparecer um abacaxi para descascar. Fiquei com medo dos meus defeitos me engolirem e eu não conseguir ser uma adulta de verdade.

Me lembrei dos tempos de Londres. Difíceis aqueles tempos! Dividindo casa com oito estranhos, dormindo no mesmo quarto que uma tagarela polonesa que não me deixava dormir, contando moedinha para pagar o aluguel, sem poder sair de casa para me divertir por causa de grana. Mas eu sobrevivi, né? Foi um perrengue, mas me virei. E sozinha. So I think I'll be fine. It can't be harder than that. Além disso, tenho meu pai e meus amigos por aqui, é bem mais fácil do que lá, onde eu estava absolutamente sozinha.

Qualquer barulho me assustava. E dormi feito tartaruga, toda enroladinha dentro do casco, como se estivesse me protegendo do bicho papão - porque agora minha mãe não estaria lá para matá-lo.

Tenho 27 anos, eu sei que não deveria ter mais medo de bicho papão. Sei que já deveria ter pensado em sair de casa ou até já saído. Eu sempre achei que só fosse me separar dos meus pais quando eu casasse. Agora que vejo que casamento está mais longe dos meus planos do que o Brasil da China, penso que realmente esse era o único jeito de eu ir morar sozinha. É lógico que eu ajudava minha mãe a pagar as contas de casa, mas é tão confortável colo de mãe, comida de mãe, apoio de mãe... Não é só pelo lado financeiro, absolutamente não. É estar quentinho debaixo da asa da mamãe ganso.

Sinceramente, acho que a parte mais difícil vai ser daqui a umas duas semanas, quando eu notar que minha mãe não foi passar férias, e sim realmente está morando a 2000km de distância. Ou talvez eu seja errada e em duas semanas esteja completamente adaptada. Só o tempo e a vida vão dizer.

É difícil e aterrorizante pensar nos próximos dias e nos próximos problemas. Mas vou enfrentá-los como enfrentei todos os outros problemas na minha vida: fé em Deus, força na peruca!

quinta-feira, 31 de julho de 2014

A mudança

Bom, pessoal, depois de encontrar o apartamento, é hora de outra parte chata: a mudança. Mudança já é chato normalmente, mas mudar de um apartamento de 3 quartos para uma kitnet parece ser impossível. É tanta caixa, mas tanta caixa, que você fica se perguntando como conseguiu juntar tanta coisa na vida! É um ótimo momento para aproveitar e fazer um super limpa no seu guarda-roupa, nos seus armários, papéis, etc. Tentar diminuir o máximo o número de coisas é essencial.

Meu plano A era juntar uns amigos para me ajudar na mudança. Para quem não sabe, um caminhão de mudança (pelo menos no Plano Piloto!) costuma sair pela bagatela de R$300, R$400. Eu só ia me mudar para três quadras de diferença e estava mais dura que tudo, então resolvi contar com a ajuda dos músculos e caminhonetes dos meus amigos. O problema é que eu comecei a notar que eu não tinha muitos amigos com caminhonetes e muito menos amigos super musculosos. No dia anterior à mudança, eu tinha apenas uma caminhonete pequena - tipo Montana - e uns dois amigos para ajudar a carregar. Julgando pela quantidade de coisas que eu tenho, eles iriam passar uns dois meses carregando as coisas e uns dois anos fazendo fisioterapia para recuperar das dores nas costas. Eu fui ficando desesperada porque não tinha gente suficiente pra ajudar, quando um amigo deu a ideia de fazer uma vaquinha para pagar um caminhão para mim.

Não costumo ser uma pessoa orgulhosa, sabe? Mas com dinheiro sou muito correta e confesso que o orgulho bate um pouco sim. Achei muito estranho aceitar dinheiro do povo, hesitei, duvidei que iríamos conseguir o dinheiro, mas no final acabei aceitando. Meu saldo no banco estava vermelho, cheque especial comendo solto, o salário ainda demorava uns 10 dias pra sair e o desespero já alcançava níveis preocupantes. Fiquei extremamente comovida com o gesto dos meus amigos, até agora nem sei o que dizer para agradecer. Enfim, se você tiver amigos como os meus, tudo fica mais fácil! =)

Depois que o caminhão levou a mudança que eu percebi a dimensão da burrada que ia ter sido confiar essa missão a dois amigos + uma Montana. Três caras experientes, com um caminhão, demoraram 2h só para encher a carreta. Imagina só como seria sem caminhão? Realmente, com tanta caixa, móvel e eletrodoméstico, não tinha outro jeito!

Na hora de montar os móveis e pendurar coisas na casa nova, também é legal que tenham homens por perto, porque tem coisas muito pesadas e você pode acabar se machucando. Um amigo me ajudou muito, montou várias coisas, furou parede, instalou eletrodomésticos... enfim, foi uma mão na roda!! Tentamos esvaziar o máximo possível de caixas, mas como eu ainda não tinha guarda-roupa (e como minha mãe ainda está aqui morando comigo, as malas dela ainda estão ocupando espaço) muita coisa ainda ficou dentro de caixa. No domingo, saí para comprar o guarda-roupa, mas ainda não foram montar; ou seja, meu quarto ainda está pouco transitável, devido à zona que está espalhada!

Sobre comprar novos móveis e eletrodomésticos, é muito importante pechinchar! Não deixe que o primeiro vendedor te convença a comprar logo de cara. Olhamos umas 6 lojas e na última foi onde encontramos os melhores preço e condições de pagamento, então, tenha paciência e fé!

Quando você se muda, eles te dão um papel com detalhes da vistoria. É importante que você confira tudo na casa e vê se bate com a descrição que eles passaram. Normalmente você tem 30 dias para contestar a vistoria. Anote tudo, porque no final, quando você deixar o apartamento, se algo não bater com o laudo, tudo o que estiver diferente do que foi escrito na vistoria final vai sair do seu bolso. Portanto, fique atento aos detalhes e não deixe nada passar.

Por fim, a mudança não dura só um dia. Você vai ficar limpando, montando, procurando e se cansando por muitos dias. É preciso ter paciência para não surtar, porque no final dá tudo certo.





quarta-feira, 23 de julho de 2014

Apartment Hunting - o final feliz

Vou deixar mais uma vez registrado o quanto essa busca por apartamento pode ser frustrante. Vou contar minha história triste sem morte para vocês: eis que eu achei uma kitnet que atendia às minhas necessidades, com um bom custo-benefício e boa localização. Fui à imobiliária e manifestei meu desejo de alugar, peguei a ficha de cadastro e prometi voltar com os documentos no dia seguinte. A imobiliária é a TABAKAL, eles não fazem reserva, mas segundo uma das donas "é tranquilo". Reuni os meus documentos e dos meus fiadores e liguei no dia seguinte de manhã avisando que levaria os papéis por volta de 15h30, assim que saísse do trabalho. Por volta de 12h a mulher me liga dizendo que um rapaz levou os documentos dele na minha frente e que agora ele tinha prioridade no aluguel do apartamento. Até o dia anterior, eu era a única pessoa interessada, era "tranquilo", de repente, apareceram outros e elas não deram nenhuma prioridade para mim. Fiquei extremamente chateada e me senti desrespeitada pela empresa. Liguei lá e disse o quanto estava indignada com a situação. O que ela disse?

- Eu te entendo. Inclusive, te peço desculpas.

Imaginem onde eu queria que ela enfiasse aquele pedido de desculpas, né?

Um vazio se abriu dentro de mim (sei, bem dramático), pois comecei a ficar sem saber o que fazer. Eu tinha que entregar o apartamento em que estou em poucos dias e não tinha nenhuma perspectiva de alugar nada - é bem compreensível que eu entrasse em desespero, né?

Pois bem, comecei a analisar minhas segundas opções, como por exemplo, o apartamento em que a máquina de lavar teria que ficar dentro do meu quarto. Mas como Murphy sempre capricha comigo, todas as minhas segundas opções já estavam reservadas ou alugadas quando eu liguei tentando alugar.

O desespero quase aumentou quando eu resolvi confiar que algo bom ia SIM acontecer. Pensei: "calma aí. Deus nunca me deixou na mão, não vai ser agora". Seja você adepto de religião ou da lei da atração (dos pensamentos positivos!), acredite, funcionou. Com calma, olhei os muitos papéis onde eu havia feito anotações sobre os apartamentos que olhei e lembrei de um apartamento que havíamos visto, mas que tínhamos ignorado por acreditar que poderíamos achar um com melhor custo-benefício. Liguei na imobiliária e descobri que ele ainda estava disponível. E melhor, tinha um outro no mesmo bloco.

Lá fui eu olhar os dois segunda-feira e para minha surpresa, o que eu não tinha visto ainda era muito bom! Todo dividido, cozinha cheia de armários, banheiro com box e fora do quarto (uhuuul! Imagina que desagradável alguém ter que entrar no seu quarto toda vez que quiser utilizar o banheiro?!), sala e quarto amplos o suficiente para caber meus móveis e cacarecos e virado para área residencial - ou seja, menos barulho. A quadra é bem boa, tem academia, padaria, papelaria, restaurante, não tem bar (\o/) e só faltou um supermercado para fazer minha vida mais feliz. O supermercado mais próximo fica a duas quadras. Dá uma preguicinha, mas tá bom. O aluguel era R$150 mais caro que o outro que perdi, mas o condomínio é um pouco mais barato e o apartamento é uns 10m2 maior. Como só tem uma janela (ou seja, pouca ventilação) e o proprietário ainda colocou um papel filme na janela, a kit ficou meio escura. Terei que ficar de luz acesa mesmo durante o dia, muito provavelmente. Baseada nesses argumentos, pedi um desconto ao proprietário, que prontamente diminuiu R$100 do meu aluguel! Imagina a felicidade da pessoa, né?! Vou virar vampira, tudo bem, mas pelo menos vou economizar um pouco. Eu normalmente não fico em casa durante o dia, então, não é nenhum absurdo!

Dessa vez, a imobiliária foi a RODOLFO IMÓVEIS. Eles reservam a kit por 6 dias (durante esses 6 dias o apartamento fica bloqueado para novas visitas), enquanto analisam os seus documentos, mediante 20& do valor do aluguel. Se seus documentos não forem aprovados, eles devolvem o valor integral. Se você desistir, eles devolvem o proporcional. Se você resolver alugar, esse valor é devolvido em dias na assinatura do contrato. Ou seja, se você assinar o contrato dia 01, só paga o aluguel do mês seguinte no dia 07.

Meus documentos já foram aprovados e hoje enviei toda a documentação necessária. Devo assinar o contrato amanhã e me mudar no fim de semana.

Acho que já posso considerar a primeira parte do processo resolvida! Foi muito cansativo, frustrante, mas as coisas acontecem quando e como devem acontecer. Confiar e colocar a cabeça no lugar ajuda muito.

A moral dessa história é: cuidado com essa história de "a gente não reserva", existem pessoas que passam por cima de qualquer princípio por dinheiro. Gente anti-ética tem em todo lugar!

Daqui pra frente é só desejar que meu lar seja cheio de harmonia e um lugar que só me traga alegrias!

Próximo capítulo: a mudança!

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Apartment Hunting - Parte 2

Defnitivamente, procurar apartamento é muito chato! Chato, cansativo, desgastante, frustrante...

A correria continua, tentando olhar uns quatro ou cinco apartamentos por dia, em busca de um cantinho que seja a minha cara e que tenha um bom custo-benefício.

A primeira frustração foi forte. Achei o apartamento perfeito: todo reformado, moderno, dividido, grande, barato! Quando a esmola é demais, o santo desconfia, mas juro que meu coração não quis acreditar que era armadilha. Meu pai implicou com o negócio e disse que não era um bom lugar, que tinha muita prostituta por ali. Eu tentei convencê-lo do contrário:

- Pai, a portaria é entre duas lojas de colchão e na frente do Pão de Açúcar, acho que é bem tranquilo. Mas vou passar lá hoje à noite quando sair do trabalho, só para desencargo de consciência.

A consciência pesou. Acho que tinha umas 15 pessoas debaixo do prédio quando passei lá perto por volta de 22h. Prostitutas e sujeitos muito suspeitos, provavelmente traficantes, usuários de droga ou clientes. Me imaginei chegando ali às 22h, passando sozinha no meio daquele povo, sendo confundida com prostituta e sofrendo discriminação por não ser e estar "invadindo a área" delas. Realmente, o sonho acabou. Havia uma razão para que aquele apartamento fosse tão maravilhoso: ninguém queria ser vizinho do perigo.

De volta à realidade, fui atrás da minha grande vontade de morar na Asa Sul e visitei duas kitnetes por lá. Meu Deus, que pavor! Vocês não imaginam quanto buraco tem nessa cidade e o proprietário na maior cara de pau pedindo mil reais para alugar. Eu não pagaria nem R$200 pra morar naqueles pardieiros. Tudo sujo, cheio de barata, os armários caindo aos pedaços, a portaria entre duas oficinas, um lugar super suspeito (com vizinhos estranhos!)... Acho que não ficamos nem 10 segundos em um dos apês, saímos correndo para não pegar uma leptospirose.

Ontem olhei mais quatro. Um deles achei super legal, localização razoável - não ideal -, mas... (sempre tem um "mas") o proprietário, aquele ser de luz, dotado de inteligência, resolveu dividir a kitnet. Até aí, ótima idéia. Acontece que ele esqueceu de um pequeno detalhe: a entrada pra máquina de lavar fica na parede que dá para o banheiro, e ele dividiu a kit de modo que agora a sua máquina de lavar tem que ficar DENTRO DO QUARTO (porque o banheiro fica dentro do quarto). Assim, nada contra... quer dizer, mentira. Tudo contra. Achei muito estranho. Tipo, MUITO ESTRANHO.

O que tem me chocado mais, na real, são os preços de condomínio. Encontrei um apartamento na 411 sul (400!!! Quem é de Brasília, vai entender!) com o aluguel de R$900 e o condomínio de R$560 (QUINHENTOS E SESSENTA REAIS). Sério?! O prédio da minha madrinha em Águas Claras tem elevador, churrasqueira, academia, playground, porteiro 24h, câmeras de segurança, e o condomínio é R$400 (com a água inclusa). Esse prédio na 411 tem elevador e só. Daí eles acham que justifica esse preço. Se eu subir só de escada, posso pagar metade?! Enfim, o pessoal VIAJA!

Eu fico muito preocupada com essa questão da segurança também. Minha mãe vai deixar o carro comigo até o fim do ano, mas depois disso vou depender de ônibus e gostaria de estar o mais próximo possível da parada de ônibus. Que eu não tenha que andar muito sozinha, no escuro, quando chegar tarde em casa. Infelizmente, Brasília não é mais a mesma e está extremamente violenta. Toda atenção é pouca. Então, se eu pudesse aliviar o estresse por medo de ser agredida/assaltada/sequestrada, seria muito bom, né? Por isso, estou hesitante em pegar uma que minha mãe adorou ontem. Eu também gostei, sabe? Ela é grande, bem conservada, uma cozinha decente, mas é mais pra perto das quadras 900, lá em cima, meio longe da parada. Fico com medo. Sem contar que o preço está caro, na minha opinião.

arranjei outro emprego para conseguir pagar as contas, mas ainda assim estou muito insegura quanto à minha situação financeira. Tenho muito medo de não ter dinheiro suficiente para bancar tudo. Meus amigos vivem sugerindo que minha mãe ajude nas minhas despesas, mas vou ser um pouco orgulhosa nessa questão. Tenho uma posição muito firme sobre isso: se é para brincar de ser adulta, então vamos ser por completo. Lidar com faxina, com aluguel, com fazer compras, com falta de grana... O pacote completo.

Bom, a caça continua! Torçam por mim, quero ver se até amanhã me apaixono por algum apartamento e começo a mexer os pauzinhos para a mudança!

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Apartment Hunting

Desde semana passada já comecei a olhar uns apartamentos para alugar. Na verdade, venho procurando na Internet e no jornal há um tempo, mas só mesmo para ter uma noção de preços e da qualidade do que eu ia encontrar. Como ainda estamos em contrato vigente no apartamento grande até o começo de agosto, não podíamos adiantar muito a mudança, afinal, não dá para pagar dois aluguéis, né?

Enfim, hoje falta exatamente um mês para a partida da minha mãe, então é hora de colocar a mão na massa atrás do meu cantinho. Minha mãe não quer vender nada - vai doar algumas coisas, mas vou ficar com a maioria dos móveis e eletrodomésticos -, o que é bom por um lado e ruim por outro. É bom porque não vou gastar dinheiro com essas coisas, nem vou precisar fazer um chá de casa nova. Mas por outro lado, não posso alugar um lugar muito pequeno, pois pode ser que minhas coisas não caibam no apartamento. O problema é só que Brasília é a cidade mais cara do Brasil, e o setor imobiliário então, é a parte mais cara de se viver na capital federal.

Por essa razão, é muito importante ter paciência. Tem que procurar bastante, olhar tudo, ligar, ver fotos, dar uma rodada na cidade. Ainda bem que minha mãe ainda está por aqui, porque me conhecendo como me conheço - a Sra. Ansiedade em pessoa -, eu pegaria o primeiro que eu gostasse e pronto. A minha mãe consegue frear meu ímpeto e está me ajudando muito. Quando ela se separou do meu pai, olhou muita coisa, então já tem uma experiência com esse apartment hunting.

Eu queria mesmo na Asa Sul, para ficar mais perto dos meus dois empregos, mas a oferta lá é bem menor! Quase não tem kitnet, e quando tem, geralmente são bem mais caras e menores. Se parar pra pensar, nem vale a pena. Morei a vida inteira na Asa Norte, então é claro que não tenho nenhum problema com esse bairro, mas fico pensando que de ônibus, quanto mais perto do trabalho, melhor, né? Praticidade é tudo!

Enfim, hoje de manhã antes de ir trabalhar, olhei 4 apartamentos. Gostei muito de 3, eles são todos perto um do outro. O que eu mais gostei, é o que tem localização de frente para W3, então sabemos que a vizinhança não é lá uma Brastemp. À noite tem bastante prostituta, não é um ambiente muito familiar. Mas achei a portaria segura - tem duas grades - e o apartamento é grande, reformado, moderno e não tem condomínio (a melhor parte)! Eu e minha mãe amamos o ap. Lamentamos que não fosse numa localização melhor, mas achamos que vale a pena o risco. A relação custo - benefício está bem boa. Porém, ainda vamos olhar mais uns essa semana. Minha mãe está um pouco ansiosa também porque antes de deixar o apartamento grande, precisamos fazer vistoria e mandar pintar, então não temos tanto tempo assim.

O esquema para alugar geralmente é feito através de avalistas, que costumam ser 2: um deles tem que ter um imóvel quitado no DF. O salário do outro e o seu tem que ser 3x maior que o valor do aluguel. O resto, é só reunir a papelada e correr para o abraço. Os contratos variam, mas normalmente são fechado por um ano e são renováveis.

Vamos ver se até o fim de semana eu já encontrei meu novo lar! Apesar dos medos, estou bastante animada para ter meu próprio cantinho!

domingo, 6 de julho de 2014

Os primeiros passos

Essa mania bem brasileira de morar com o papai e mamãe até casar, me deixou bem confortável debaixo da asa da minha querida e adorada mãe. Eu sabia que não ia casar nem tão cedo e, mesmo contribuindo com as despesas da casa como podia, era super confortável ter comidinha da mamãe, colo quentinho nos dias de carência, alguém para lavar minha roupa, lembrar de comprar meu pão integral, ter alguém para me mimar com comidinhas, caprichos, presentinhos etc.

Só não contava com o desejo imenso da minha mãe de ir morar na praia e "bye bye, filhinha marmanja. Beijo e não me liga."

Sempre soube dessa vontade dela, mas muita promessa de mãe e pai a gente nem leva a sério. "Olha que eu vou embora, ein?", "Eu nunca mais vou arrumar seu quarto!", "Vou parar de fazer sua comida, você nunca me ajuda com a louça" - coisas que a gente passa a vida inteira ouvindo e ignora.

O fato é que ela resolveu, mexeu os pauzinhos e tá de passagem marcada para daqui a menos de um mês. E eu? E eu que me vire. Isso mesmo. Chegue de conversa, nada de filho, nem marido: é hora de finalmente virar adulta no sentido mais doloroso da palavra, ir morar sozinha e aprender a cuidar todos esses detalhes que a gente tá acostumado a deixar nas costas da mamãe.

Não posso dizer que não estou extremamente apavorada não só com a carga pesada da responsabilidade, mas com a certa dependência psicológica que tenho da minha mãe.

Para começar, mesmo antes de tudo virar concreto, tratei de arrumar um segundo emprego só para complementar a renda. Não é a coisa mais agradável do mundo, mas cansei de ouvir minha mãe contando as histórias dos dois empregos durezas que ela tinha para se manter quando era mais jovem, antes de passar no concurso. Ela só ficou mais forte, e acho que, apesar do stress, posso tirar muitas lições valiosas desse sacrifício.

Nesse blog, quero contar minha trajetória em direção a essa nova vida, como vai ser minha adaptação, os piores percalços, as maiores alegrias, as pequenas conquistas, as inevitáveis histórias engraçadas, e dicas; enfim, o blog é para que os novos adultos desse nosso mundão de meu Deus possam ter um local para se sentir em casa e à vontade para trocar experiências.

Essa vida é cheia de surpresas e desafios e estamos aqui para vivê-la! Shall we?